Fortalecermo-nos na unidade


Leticia Martínez Hernández e Yaima Puig Meneses

 CHEFES de Estado e de Governo reunidos na capital cubana, no domingo 14 de dezembro, ratificaram os princípios de solidariedade, cooperação genuína e complementaridade entre os países que integram a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América-Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP).

Justamente dez anos antes nascia também em Havana este mecanismo integrador, resultado da vontade política do comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz e o presidente venezuelano Hugo Chávez Frías, cujos legados para as atuais e futuras gerações foram destacados nesta 13ª Cúpula.

 O general-de-exército Raúl Castro Ruz, presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, disse que os debates foram frutíferos e considerou que se expuseram ideias muito interessantes que constituem resultados concretos deste encontro.

 Ainda, fez um apelo a continuar fortalecendo a ação política comum, a unidade mais estreita e a cooperação em todos os âmbitos entre nossas nações e a ALBA-TCP, a Celac,Caricom, Unasul e o Mercosul.

  "Devemos propor-nos -disse - metas concretas e realistas, com vista ao futuro, definir e concertar ações atingíveis que permitam fortalecer a complementaridade entre nossas economias, sob princípios de racionalidade e eficiência".

  Ainda, valorizou que se deve trabalhar no sentido de tornar mais visíveis os indiscutíveis resultados da ALBA-TCP e difundir as vantagens do modelo de integração que propomos e defendemos. "Um exemplo concreto daquilo que podemos fazer de conjunto, de forma bem-sucedida e com repercussão internacional, foram os acordos adotados na Cúpula extraordinária da ALBA-TCP sobre o Ébola",assegurou.

 Tal como tinha expressado na segunda-feira, 8 de dezembro, durante a 5ª Cúpula Caricom-Cuba, Raúl reiterou o agradecimento ao governo panamenho pelo convite à próxima Cúpula das Américas. Manifestou a disposição do Governo cubano de participar em qualidade de iguais e sem condicionamentos. "Isto não significa - sublinhou novamente -um retorno à Organização dos Estados Americanos (OEA)".

 A primeira decisão da 13ª Cúpula da ALBA-TCP foi formalizar o ingresso como membros plenos à Aliança da Granada e São Cristóvão e Neves, cujas contribuições -augurou Raúl- "contribuirão para o desenvolvimento e consolidação deste mecanismo de integração, conformado ainda, por Cuba, Venezuela, Nicarágua, Bolívia, Equador, Dominica, São Vicente e as Granadinas, Antígua e Barbuda e Santa Lúcia".

 Em cada uma das intervenções, os chefes de delegação destacaram os êxitos que a ALBA acumulou em seus dez anos de existência. Entre eles mencionaram a Operação Milagre, mediante a qual recuperaram a visão mais de três milhões de latino-americanos e caribenhos; o estudo clínico-genético e psicossocial para pessoas com deficiências físicas, a alfabetização de mais de cinco milhões de cidadãos da região; e a graduação de milhares de médicos. Além do mais, significaram os avanços no âmbito econômico, como a criação do Sistema Único de Compensação Regional (Sucre) e do Banco da ALBA.

  Os participantescoincidiram também em que apesar do que já foi conseguido, são muitos os desafios,para os quais se devem aperfeiçoar ainda mais os programas em todas as áreas de cooperação.

 Durante os debates mostrou-se absoluto apoio à Venezuela e se condenou de maneira enérgica a aprovação pelo Congresso dos Estados Unidos de sanções contra a República Bolivariana.

 Igualmente, os participantes deste encontro reclamaram, mais uma vez, ao Governo norte-americano, uma mudança da política para Cuba que contemple o fim imediato do bloqueio, das ações subversivas e da absurda inclusão da Ilha na arbitrária lista de países patrocinadores do terrorismo, assim como a libertação imediata dos três lutadores antiterroristas cubanos que ainda sofrem prisão nos cárceres dos Estados Unidos

 Foto: Estudio Revolución


Sobre Cuba

 

Chamada oficialmente de República de Cuba, é um  país insular  do Caribe que foi ex-colônia espanhola. O conjunto do arquipélago cubano, formado por aproximadamente 4 195 restingas, ilhotas e ilhas, possui uma superfície de 109 884 km² e uma extensão territorial de 1 250 km. A nação de Cuba consiste na ilha principal de Cuba (incluindo a Base Naval da Baía de Guantánamo), além da Isla de la Juventud e de vários arquipélagos menores. Havana é a maior cidade de Cuba e a capital do país. Santiago de Cuba é a segunda maior cidade. Ao norte de Cuba se encontram localizados os Estados Unidos e as Bahamas; a oeste está o México; ao sul estão as Ilhas Cayman e a Jamaica; enquanto que a sudeste estão situados a Ilha de Navassa e o Haiti.

Cuba é o lar de mais de 11 milhões de pessoas e é a nação-ilha mais populosa do Caribe. Seu povo, sua cultura e seus costumes foram formados a partir de fontes diversas, tais como os povos Taíno e Ciboney, o período em que foi uma colônia do Império Espanhol, a introdução de escravos africanos e a sua proximidade com os Estados Unidos.

Os primeiros movimentos em favor da independência da ilha datam do século XVIII, quando a Espanha exigiu monopólio na comercialização do tabaco cubano, em razão da valorização desse no mercado internacional. Os produtores de tabaco, conhecidos como vergueiros, se revoltaram, num movimento conhecido como Insurreição dos Vergueiros. No século seguinte houve outros movimentos pró-independência, influenciados por movimentos semelhantes em outras colônias. Todos foram contidos pela administração colonial cubana, que não conseguia conciliar os interesses da elite local com os da Coroa Espanhola.

A luta armada começou de fato em 10 de outubro de 1868, num movimento denominado Grito de Yara. O advogado Carlos Manuel de Céspedes, em 1868, organizou um movimento denominado "República em Armas". Essa revolta contou com o apoio de várias nações americanas e dos Estados Unidos, mas a Espanha continuou o seu domínio sobre a ilha. Posteriormente foi organizado outro movimento, liderado por Antonio Maceo, Guillermón Moncada, Máximo Gomes e José Martí , sendo que esse último é até hoje considerado o símbolo da independência cubana.

No dia 20 de maio de 1902, foi proclamada a república em Cuba, mas o governo norte-americano, em 1901, tinha convencido a Assembleia Constituinte cubana a incorporar um apêndice à Constituição da República, a Emenda Platt, pela qual se concedia aos Estados Unidos o direito de intervir nos assuntos internos da nova república, negando à ilha, bem como à vizinha ilha de Porto Rico, a condição jurídica de nação soberana, o que limitaria sua soberania e independência por 58 anos. Assim sendo, Cuba manteve, mesmo após a independência, estrutura econômica similar àquela dos tempos coloniais, baseada na exportação de açúcar.

De 1934 a 1959, Fulgêncio Batista foi o dirigente de fato de Cuba, ocupando a presidência de 1940 a 1944 e de 1952 a 1959. A presidência de Batista impôs enormes regulações à economia, o que trouxe grandes problemas para a população. O desemprego se tornava um problema na medida em que os jovens que entravam no mercado de trabalho não conseguiam encontrar uma função para exercer. A classe média, cada vez mais insatisfeita com a queda no nível de qualidade de vida, se opôs cada vez mais a Batista. Ainda durante essa época, Cuba se transformou numa espécie de "ilha dos prazeres" dos turistas americanos. Aproveitando o agradável clima tropical e a beleza das paisagens naturais, foi construída toda uma infraestrutura voltada para os visitantes estrangeiros. Nesse cenário, misturavam-se corrupção governamental, jogatina de cassinos, uso indiscriminado de drogas e incentivo à prostituição. À época, Cuba era o país da América Latina com o maior consumo per capita de carnes, vegetais, cereais, automóveis, telefones e rádios, apesar disto estar concentrado nas mãos de uma pequena elite e de investidores estrangeiros.

Reagindo a essa situação de desigualdade, um grupo de guerrilheiros formados por Fidel Castro, Raul Castro, Camilo Cienfuegos, Ernestro Che Guevara, entre outros, começou a lutar contra o governo cubano em 1956. Após dois anos de combate, a guerrilha havia conquistado a simpatia popular. Em 1° de janeiro de 1959, conseguiu derrubar o governo de Batista. Cresceram, então, os conflitos entre o novo governo e os interesses norte-americanos.

Em 1961, uma força militar treinada e financiada pelo governo de John F. Kennedy, composta por exilados cubanos, tenta invadir o país através da baía dos Porcos. No ano seguinte, Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA) graças à influência dos Estados Unidos, só sendo readmitida 47 anos depois. No mesmo ano, o governo norte-americano impôs um embargo econômico que perdura até os dias de hoje. Os graves conflitos de interesse entre Cuba e Estados Unidos acabaram forçando a aproximação do governo cubano com a União Soviética. Foi aí que os rumos da Revolução Cubana adquiriram um cunho realmente socialista.

Apesar do embargo, reprovado por quase toda a unanimidade da Organização das Nações Unidas, Cuba tem uma taxa de alfabetização de 99,8%, uma taxa de mortalidade infantil inferior até mesmo à de alguns países desenvolvidos, e uma expectativa de vida média de 77,64. Em 2006, Cuba foi a única nação no mundo que recebeu a definição da WWF de desenvolvimento sustentável; ter uma pegada ecológica de menos de 1,8 hectares per capita e um Índice de Desenvolvimento Humano de mais de 0,8 em 2007. Nos esportes, Cuba também é um país bastante auspicioso, possuindo o maior número de medalhas olímpicas per capita, resultado de um trabalho que começa com a formação dos professores de educação física, passando pelo acompanhamento de cada criança e o incentivo às suas maiores capacidades.


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